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sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Pontos de Cultura legitimam produção cultural na Amazônia

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"Apesar de a Amazônia representar 60% do território nacional, os Pontos de Cultura na região ainda são poucos"

Legitimar a cultura local e dar suporte para que essa continue existindo. Essa é a meta do programa Pontos de Cultura, realizado pelo Ministério da Cultura (MinC). O programa financia através de editais até R$ 185 mil reais para ações que já acontecem em todo o país. A região Norte, onde se encontra a maior parte dos estados amazônicos, apesar de toda sua diversidade ainda possui o menor número de projetos apoiados.
Segundo site do Ministério da Cultura, existem 108 pontos de cultura na Amazônia Legal, sendo 14 no Acre, 5 no Amapá, 6 no Amazonas, 15 no Mato Grosso, 19 no Maranhão, 19 no Pará, 5 em Rondônia, 18 em Roraima e 7 no Tocantins. Em todo o Brasil o número chega a 742 e só em São Paulo existem 84 Pontos.
"Na região Norte existe uma riqueza muito grande, mas o poder público não está sempre presente", comenta Abertan Batista, coordenador do programa Pontos de Cultura na região Norte. Segundo ele, o projeto é fruto do reconhecimento do trabalho cultural que as pessoas já vinham realizando. "O estado nem sempre reconheceu isso e ainda tem dificuldade para entender", diz, e acrescenta que esse é o grande desafio e inovação dos Pontos de Cultura.
No meio de tanta pluralidade e manifestações culturais que divergem entre as regiões, os projetos da região Norte encontraram uma convergência, como explica Batista: "a relação humana com o meio ambiente". Os moradores da região possuem um tempo diferente, já que convivem com a natureza, e isso reflete em suas manifestações culturais. "O amazônida só será amazônida quando ele compreender isso, que a nossa vida só existe por causa dos ciclos da natureza. Então o trabalho cultural só tem sentido se valoriza isso, se ele vive isso".
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Na Amazônia, os proponentes aproveitam os recursos naturais disponíveis na natureza, como os projetos que desenvolvem trabalhos com cuia (que vem da planta chamada cuieira). "Este trabalho vai desde o cuidado com a planta, a coleta do fruto, o tratamento que prepara a pintura ou grafismo até a secagem". Existem também trabalhos com o miriti, onde são retiradas as folhas para a produção de brinquedos, além da proposta que esse conhecimento seja passado entre as gerações.

"O nosso tempo é o tempo da noite, da chuva, de plantar de colher. O tempo que tem peixe, o tempo do defeso. Temos um jeito de falar diferente. No Pará, por exemplo, existem 5 regiões com termos diferentes. Os Pontos de Cultura expressam essa diversidade", comenta o coordenador.

O programa faz parte do projeto Cultura Viva, do MinC, e contempla iniciativas de arte, cultura, cidadania e economia solidária dentro das comunidades. Através de editais as organizações podem potencializar suas ações recebendo recursos em parcelas semestrais do Governo Federal para comprarem equipamentos, instrumentos, materiais para produção audiovisual, contratação de profissionais para cursos e oficinas, entre outros.
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Programa de índio

Na aldeia de Vila Jordão Rio Branco, no Acre os indígenas encontraram uma forma de fortalecer a cultura usando de novas tecnologias. O projeto Vídeo nas Aldeias, um dos Pontos de Cultura da região Norte, acontece desde 1987 e é considerado um dos percussores de produção audiovisual indígena no Brasil, tendo recebidos prêmios nacionais e internacionais por suas produções.

Vicent Carelli, indigenista e também diretor do projeto, afirma que o programa é importante já que incentiva projetos culturais indígenas "É um evento da maior importância política no sentido que nunca houve um subsídio a projetos culturais indígenas, isso é a grande novidade".

O trabalho começou com a oficina de formação na aldeia Xavante de Sangradouro, quando o Vídeo nas Aldeias começou a distribuir equipamentos de exibição e câmeras de vídeo para as comunidades, e dessa forma criou uma rede de distribuição dos vídeos produzidos pelos indígenas. Em 2000 foi fundada uma Organização não Governamental (ONG) que trabalha como centro de produção de vídeos e uma escola de formação audiovisual. Já participaram etnias Kuikuro, Huni kuri e os Paraná, os Ikpeng, os Ashaninka e Xavantes.
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Ligando os pontos
Além dos pontos de cultura existem também os Pontões, criados quando existe um número significativo de Pontos de Cultura. O Ministério da Cultura propõe a constituição de Pontões como espaços financiados por uma parceria com empresas públicas e privadas e governos locais, e terá a missão de constituir um espaço de articulação entre os Pontos. Existem 43 Pontões espalhados pelo Brasil. Na Amazônia Legal, o número não chega a 15.

Este programa pretende se estender, permitindo que os estados também criem Pontos de Cultura. Para Batista, todos têm responsabilidade pela cultura, por isso o projeto está se estendendo para os Estados e Municípios. "O programa está avançando, o governo federal tem esse reconhecimento e começou o debate, hoje já temos governo federal e estadual. Com isso vamos ter um avanço significativo na região Norte. Estados que possuem três pontos hoje vão passar para 40", conclui.
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Texto: Aldrey Riechel (Local: São Paulo – SP)
Fonte: Amazonia.org.br - 22/01/2009

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Vem aí o IV Festival Internacional de Hip Hop no Meio Do Mundo!

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Para mostrar a importância social do Hip Hop, a Companhia Macapá Break, promoverá no Ginásio Avestino Ramos, entre os dias 23 a 25, deste mês, o festival: "Hip Hop no Meio do Mundo - IV Festival Internacional". O evento reunirá dançarinos tanto do Brasil, quanto do exterior.
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A "Batalha no Meio do Mundo", já contabiliza vinte e uma inscrições de grupos dos mais variados lugares do país, como Guiana Francesa, Argentina e vários estados do país, que já têm presença confirmada para competição, que terá a premiação de até R$ 5.900,00. Além de contar com a apresentação do b.boy do Grupo Estilo, da Cidade de Belém - PA.
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Edivaldo Videira, mais conhecido como Guinho B. Boys, é um dos organizadores do evento, e comenta que a intenção é mostrar de uma forma transparente e clara, os cinco elementos do Hip Hop e o verdadeiro papel social que ele representa pra juventude Amapaense. "Em um confronto de grupos sem violência física, sem drogas ou bebida alcoólica. Com uma boa repercussão para os militantes do movimento, os admiradores e os curiosos. Temos certeza que este evento irá marcar para muitos", afirma.
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Jurados - O corpo de jurados da competição conta com nomes de peso, como a B.girl Miwa the Face de são Paulo, o B.boy Matrix da Argentina, e bboy Mixa de SP, que estão entre os melhores e mais profissionais Crews do país.
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Dj's da Batalha - A musica é um elemento fundamental para as competições de dança. Para isso foram convidados os dj's Alan de Brasília e Mamed de Minas Gerais e Dj RG - do estado do Pará, para comandarem o som durante a competição.

Grupos confirmados para a batalha 5X5:

DPS B.boys, Conexão e Conspiração do Oiapoque, MCDA B.boys, Super Crew e Drangon Ball Crew de Santana, Afro b.boys, Nova Geração Afro, Mec Loucos, Estilo Negro, Macapá Break, estilo Break e style crew.
B.boys inscritos para batalha individual 1x1:

Bboy Jhon, bboy Jôjô, bboy Fabrício, bboy Sam, bboy Gil, bboy Tapioca, bboy Rodrigo, bboy DJ, bboy Tom, Bboy Hukinho, bboy Élson, bboy Guinho bboy, B.boy Chacal, outros a confirmar...Intercambio Cultural - Um b.boy da Guiana e outro da Argentina vêm a Macapá, com o intuito de promover intercambio com artistas de São Paulo, Minas Gerais, entre outros estados e municípios do interior do Estado que aqui estarão.
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Premiação - Além de promover a circulação de grupos dos mais variados lugares e do país como Rondônia, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e até do Maranhão, o Hip Hop no Meio do Mundo, também premiará b.boys e b.girls com prêmios até RS 500,00, mais troféu e certificado de participação.
Apoio:
O Festival tem apoio do Governo do Estado do Amapá GEA, através das Secretarias de Inclusão e Mobilização Social (SIMS), Secretaria de Cultura, Secretaria Extraordinária de Políticas Publicas para Afro descendentes, Comunicação, Secretaria de Desporto e Lazer do Estado do Amapá, e da Agência de Publicidade e produtora, Pauta Produções.

Informações:

- Edivaldo Videira (Guinho B. Boy). Presidente da Cia. Macapá Break: (macapabreakap@gmail.com)

-Orivaldo Farias Presidente do Instituto Jovens Livres (mecjol@gmail.com)(96 )91191130 / 99620486 / 81344662 ou no BLOG: http://www.macapabreak.blogspot.com/
* Matéria Públicada no Web Jornal: Correa Neto, em 19/01/2009.

Rita de Cássia canta Maysa

Com sua voz cristalina, Rita de Cássia interpretará músicas que foram sucessos na voz da cantora Maysa. Rita de Cássia já lançou o CD "Ouça" (Polygram/Universal Music - edição limitada e esgotada) com releituras destes sucessos e já teve sua voz em músicas de várias novelas da Rede Globo como "Mapa da Mina", "Sonho Meu" e "A Viagem". Neste show, brindará o público com "Manhã de Carnaval", "Demais", "Meu Mundo Caiu", "Ne Me Quitte Pas" entre várias outras belas canções.

Fazendo parte deste espetáculo estarão os músicos:
Nei Duarte (violão e guitarra)
Fred Bertolli (teclados)
Gilberto Jr (sax e flauta)

Participações especiais:
Ronaldo Costa
Fabiana Zacchi
Leandro Fregonesi
Andréa França.Direção Musical: Ronaldo Costa.
Realização: Universidade Federal Fluminense e Centro das Artes da UFF
Apoio: Estúdio Som da Gente - (21) 2606-7930
Produção Executiva: FRG Cultural

Serviço:
Local: Teatro da UFF - Niterói-RJRua Miguel de Frias, 9
Data: 27/01/2009 (terça-feira)Horário: 20hIngressos: R$ 10,00 e R$ 5,00 (estudantes, servidores da UFF e maiores de 60 anos) Informações e Bilheteria: 2629-5008 - diariamente a partir de 17:00h

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Uma homenagem ao Dia Mundial do Compositor!

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Hoje, quinta-feira, 15 de janeiro, comemora-se o Dia Mundial do Compositor. O compositor é aquela pessoa que nem sempre interpreta, mas constrói o som que será apreciado pelos ouvidos humanos pelo mundo afora. E isso é o que faz os compositores pelo mundo todo, com suas belas composições elevam a alma e o espírito de muitos seres humanos.
Parabéns a todos os compositores do Amapá e do Brasil! Em homenagem ao Dia Mundial do Compositor, esse blog apresenta algumas considerações sobre quem é esse importante profissional da música?

Segundo a Enciclopédia Livre Wikipédia, “compositor é um profissional que escreve música. Normalmente o termo se refere a alguém que utiliza um sistema de notação musical que permita a sua execução por outros músicos.
Em culturas ou gêneros musicais que não utilizem um sistema de notação, o termo compositor pode-se referir ao criador original da música. Nesse caso, a transmissão para outros intérpretes é feita por memorização e repetição.
Em geral, o compositor é o autor da música e, como tal, é o detentor dos direitos autorais. Atualmente as composições musicais são defendidas pela legislação de direitos autorais. Existem editoras especializadas em música e o compositor ou detentor dos direitos da composição recebem royalties sempre que uma nova gravação comercial ou execução pública é realizada”.

Ainda sobre o assunto, transcrevo aqui algumas considerações que a PortoWeb (A Internet de Porto Alegre) escreveu em sua página para homenagear esse dia, a qual achei bastante oportuna e interessante para socializar com todos. Segundo eles:

“A Composição musical é uma arte. O compositor é o profissional responsável por essa arte. Através das notas musicais, acompanhadas ou não de letra, muitos aspectos de uma sociedade são revelados em termos históricos, sociológicos, estéticos e filosóficos.
A música expressa a cultura de um país ou região. E o compositor tem tarefa de revelar a cultura através de suas obras. Pode ser considerado um repositório do seu universo sócio-cultural.
No Brasil, cada região tem suas músicas típicas, que caracterizam o povo e a cultura de cada lugar. O compositor consegue, através da melodia e da letra, transmitir, com precisão e beleza, os traços que individualizam cada cultura.

A música é sempre manipuladora das mais íntimas sensações - individuais ou coletivas - e de todo o mecanismo das emoções. A música eleva, inspira, comove; mas também pode deprimir, agitar, conturbar. Cabe ao compositor traçar caminhos. E o fará através do domínio da técnica, do estilo, da estética.
Heitor Villa-Lobos foi o maior compositor das Américas. Compôs cerca de 1.000 obras. Foi através dele que a música brasileira se fez representar em outros países, culminando por se universalizar. Villa-Lobos fundou, em 1945, a Academia Brasileira de Música, que pretendia reunir os nomes mais ilustres de nossa música em prol da cultura e da educação musical do país.
Outros nomes como: Adoniran Barbosa, Chiquinha Gonzaga, Pixinguinha, Carlos Gomes, Chico Buarque, Ivan Lins, etc.são talentos que enriqueceram a linguagem musical do país”.
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Carlos Gomes e Chiquinha Gonzaga

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

A FUNARTE quer conhecer todos os grupos de dança do Brasil


A Fundação Nacional de Artes (FUNARTE) quer reconhecer os profissionais que atuam na área de dança em todo o Brasil. Para isso, preparou este cadastro virtual, que vai permitir o mapeamento do setor. Bailarinos, coreógrafos diretores, produtores, professores, técnicos e demais artistas podem ajudar a construir esse banco de dados, que será utilizado para pesquisas, elaboração e divulgação de projetos.Para se cadastrar, basta selecionar uma das opções abaixo e preencher o formulário.O cadastro pode ser feito em mais de um formulário, de acordo com a atuação profissional. As informações só serão disponibilizadas neste site mediante autorização do usuário. Participe!

FORMULÁRIOS






Cadastro de Oficinas de Dança

Bailarinos, coreógrafos, professores e profissionais da dança estão convidados a cadastrarem suas propostas de oficinas no recém-criado Banco de Dados Virtual de Dança. O objetivo é facilitar e agilizar o acesso a propostas de oficinas em todo o país. Algumas serão selecionadas pela Funarte para fazerem parte do Circuito Funarte de Oficinas de Dança 2009, de acordo com o interesse e a demanda de cada região. O cadastro também vai permitir que instituições e empresas patrocinadoras de projetos culturais interessadas nas propostas possam contatar diretamente os proponentes.

Os cursos deverão ter duração de, no mínimo, 20 horas distribuídas em cinco dias consecutivos. As propostas serão analisadas e selecionadas antes de serem disponibilizadas para consulta on-line no site da Funarte.

As oficinas poderão ser práticas, teóricas ou técnicas, como por exemplo: aprofundamento do processo criativo, composição coreográfica, história da dança, pesquisa de linguagem, interfaces contemporâneas de dança com outras linguagens, iluminação, cenografia, entre outras.

Formulário de Cadastro de Oficinas de Dança



COORDENAÇÃO DE DANÇA
Rua da Imprensa, 16, 13º andar Centro
CEP: 20030-120 Rio de Janeiro RJ
danca@funarte.gov.br

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

O Trabalhador da Cultura


O trabalhador da cultura é um personagem inserido numa cena profissional extremamente dinâmica. A grande diversidade de linguagens, etnias e valores, juntamente com a criatividade característica da população brasileira, faz de nossa cultura um mundo de alternativas simbólicas.

No filme que produz, nas peças de teatro ao ar livre, nas exposições de sua arte, nas turnês por todo o país, no artesanato em sua oficina, no cenário que constrói para o público, na iluminação realizada para acontecer o espetáculo, enfim, nas diversas maneiras em que está inserido na realização dos produtos de nossa cultura, esse trabalhador muitas vezes investe seu próprio patrimônio sem nenhuma certeza de retorno financeiro.

Esse investimento de risco é feito, muitas vezes, apenas pelo prazer de ver o seu trabalho realizado, reconhecido e aplaudido. Contudo, ao longo de sua vida, o artista necessita de segurança para fazer melhor o seu trabalho e criar com a liberdade que esse trabalho requer.

Se até então ele não se preocupara com isso, agora é preciso planejar o futuro de outra maneira. Dos grandes problemas enfrentados pelos trabalhadores da cultura, talvez um dos maiores seja a dificuldade em filiar-se ao regime da Previdência Social.

Segundo levantamento realizado em 2004, pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ), estima-se um total de 1.900.000 pessoas envolvidas no mercado cultural no país. Grande parcela desses trabalhadores têm até 40 anos de idade, ou seja, com tempo de trabalho em torno de 20 anos.

Por outro lado a capacidade de poupança desses profissionais é, em média, de cerca de R$ 25,00 por mês. Aquém dos valores de planos oferecidos pelo mercado previdenciário.

Objetivando atender especialmente as necessidades da área cultural, a fim de garantir um pecúlio justo a esse segmento, os Ministérios da Cultura e da Previdência Social firmaram parceria que é estratégica para fomentar a criação de planos previdenciários acessíveis a essa categoria profissional.

Dentre outros fatores, esses planos devem levar em conta:

· Acesso a Planos de Previdência Complementar, com valores mensais acessíveis (mínimo de R$ 25,00);

· Utilização de todos os mecanismos possíveis de cobranças das contribuições, como boletos bancários e débitos em conta corrente, não restringindo o acesso dos potenciais participantes;

· Possibilidade de suspensão, a qualquer momento, da contribuição básica do participante ao plano de benefícios.

Todas as sociedades desenvolvem, ao longo de sua história, mecanismos próprios de proteção e segurança social, que permitem fazer face às situações futuras programadas, como é o caso das aposentadorias.

Porém, existem circunstâncias não-programadas e imprevisíveis, como os acidentes, as doenças ou mesmo a morte. Se as situações às quais se pretende enfrentar estão associadas à capacidade laborativa, trata-se, então, de Previdência.

A estrutura previdenciária no Brasil está ancorada em três regimes: o Regime Geral de Previdência Social; os Regimes Próprios de Previdência Social, como é o caso dos servidores públicos; e os Regimes Previdência Complementar.

A Previdência Complementar Fechada, em especial, é um sistema previdenciário de filiação facultativa e baseia-se na captação de recursos junto a cada trabalhador durante a sua fase laboral, que, uma vez capitalizados, garantirão a complementação de sua renda na fase de aposentadoria. Sua finalidade não é substituir a Previdência Social, mas de suprir as lacunas porventura existentes.

É uma previdência complementar fechada porque deve ser constituída sob a forma de fundações ou associações civis, sem fins lucrativos. Essa entidade deve oferecer, exclusivamente, planos coletivos, que são acessíveis a partir da existência de vínculos societários. Dessa forma, podem advir de associados de sindicatos ou associações de classes - são os Planos Instituídos.

Plano de previdência complementar fechada e associativa é a materialização da possibilidade dos trabalhadores da cultura acessarem os fundos de pensão – a partir de suas identidades de grupo – por meio de suas entidades associativas (sindicatos, associações, cooperativas).

Portanto, a criação de planos de previdência por sindicatos e demais entidades associativas contribui para a construção de uma cultura previdenciária no país, independentemente de outros passos que estão sendo dados para modernização da estrutura previdenciária brasileira, de responsabilidade do Ministério da Previdência Social, especialmente pela Secretaria de Previdência Complementar.

Para saber mais informações sobre planos disponíveis aos trabalhadores da área cultural, acesse o site: www.previdencia.gov.br.

* Publicado em 01 de dez de 2008 (Comunicação Social/Ministério da Cultura)

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Lei Rouanet tem novo formulário!


Desde o dia 20 de dezembro de 2008, está disponível, na página oficial do Ministério da Cultura, um novo formulário para o proponente de projetos culturais que busca financiamento por isenção fiscal previsto na Lei 8.313/91, conhecida como Lei Rouanet. Outra novidade é que, desde o dia 1º de janeiro, o usuário já pode preencher o formulário diretamente na internet. O preenchimento pela internet garanti maior velocidade à análise do projeto. Além do formulário eletrônico, o proponente poderá continuar preenchendo o formulário da forma como é feita atualmente - baixando o arquivo pela internet, preenchendo e enviando por correio. Veja uma cópia do novo formulário no site do MinC:

sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

Governo anuncia pacote para a cultura

TEIXEIRA COELHO (ESPECIAL PARA A FOLHA)

Em iniciativa inédita na área, representantes dos três níveis de governo anunciaram um plano comum de combate aos efeitos da crise sobre a cultura.
Depois da ajuda aos bancos e à indústria automobilística, o meio cultural esperava, em silêncio e com ceticismo, plano análogo.
Com razão: a cultura dá trabalho, senão emprego, a mais pessoas do que a própria indústria automobilística, segundo dados do governo federal. Ainda para essas fontes, a cultura gera 8% do PIB nacional.
Embora críticos contestem esse índice -por incluir atividades não culturais-, reconhecem que mesmo os habituais 3% ou 4% (média internacional) seriam suficientes para justificar a medida.
À margem dos argumentos humanísticos e políticos sobre o papel da cultura, hoje despidos de apelo, o reconhecimento da função econômica da área terminou por convencer os opositores do plano.
Propostas
O Decálogo Cultural da Crise, como é chamado, prevê:
1) crédito imediato de R$ 4 bilhões para a produção cultural e instituições de cultura na linha de frente do contato com o público;
2) a partir de janeiro de 2009, e por dois anos (condição para todos os tópicos seguintes), 5% para a cultura sobre os valores das obras públicas federais de todo tipo (rodovias, aeroportos etc.);
3) 2% para a cultura sobre o valor de empreendimento imobiliário de uso coletivo a cargo da iniciativa privada (prédios residenciais, de escritórios, postos de gasolina, shoppings etc.);
4) 2% do Orçamento nacional para o Ministério da Cultura e dos Orçamentos municipais e estaduais para as respectivas secretarias da Cultura;
5) desconto de 100% sobre Imposto de Renda para doações de todo tipo a instituições culturais sem fins lucrativos (até o dobro do previsto na atual Lei Rouanet, da qual ficam eliminados os atuais entraves burocráticos);
6) idem para doações visando o aprimoramento cultural dos professores da rede pública de ensino;
7) criação de um Fundo de Reserva para a Arte Pública no âmbito municipal, com recursos orçamentários e outros derivados de uma nova Tarifa Municipal de Visitante (onde for inexistente);
8) financiamento visando a desenvolver, sobretudo pela iniciativa jovem, novas ofertas culturais que atraiam turistas, com recursos dos municípios e dos ministérios das Cidades e do Turismo;
9) isenção de impostos e taxas municipais e estaduais para empreendimentos culturais, com comodato de terrenos públicos quando necessário;
10) programa especial de desenvolvimento das grandes organizações culturais não vinculadas a entidades produtivas ou financeiras.
A surpreendente medida reconhece que a cultura se dá na cidade e inclui uma também incomum preocupação com o público, a educação para a cultura e os jovens.
O crédito de R$ 4 bilhões, mesmo sendo metade do concedido à industria automobilística pela União e por São Paulo, é quase duas vezes o orçamento do MinC somado aos valores gerados pela Lei Rouanet no ano de 2008.
E só as obras federais, nos próximos dois anos, chegarão a R$ 45,5 bilhões, dos quais 5% irão para a cultura. A expectativa é de que também essas disposições transitórias se tornem permanentes, desta vez sem reclamações. Apesar do receio de que os habituais cortes na execução dos orçamentos públicos anulem parte dos benefícios previstos e de que a Lei Rouanet resulte diminuída em seus efeitos, a área já fala em verdadeiro renascimento cultural.
É que, além da imediata geração de renda, prevê-se a rápida melhora, via cultura, da qualidade geral de vida em tempos de crise. Para especialistas, trata-se de medida histórica de grande repercussão nacional e internacional.
TEXTO: FOLHAONLINE, DOMINGO 28 DE DEZEMBRO DE 2008.
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TEIXEIRA COELHO é crítico e curador do Museu de Arte de São Paulo e autor do "Dicionário Crítico de Política Cultural" (ed. Iluminuras). Os números deste texto são fictícios.
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